O movimento em direção a um estilo de vida mais saudável e sustentável está crescendo em todo o mundo, e o Brasil não fica atrás. Cada vez mais indivíduos estão optando por uma alimentação que seja benéfica tanto para o corpo quanto para o meio ambiente, e os alimentos orgânicos têm ganhado destaque nesse cenário. Uma pesquisa realizada pela Organis no primeiro semestre de 2023, com apoio da QIMA IBD, confirma essa tendência.
O estudo oferece uma visão abrangente sobre o mercado de alimentos orgânicos no Brasil. Além de quantificar o consumo desses produtos, a pesquisa busca compreender o perfil dos consumidores, identificar os elementos mais associados aos orgânicos, analisar os critérios de escolha, como embalagens, e investigar a disposição futura para consumir esses produtos. Com essas informações, será possível impulsionar o crescimento e a oferta de alimentos orgânicos, atendendo às demandas do público.
O maior crescimento registrado foi na região Nordeste. Em 2021, a média de consumo de orgânicos era de 32%, posicionando-a como a terceira região com maior consumo. Porém, em 2023, houve um salto significativo para 45%, tornando o Nordeste a região com maior número de consumidores de alimentos orgânicos no país.
Um dado relevante revelou a idade do público cosumidor que evidenciou uma estabilidade no consumo entre os adultos.
Entre os consumidores de alimentos orgânicos, a resposta mais comum foi a associação com frutas, legumes e verduras, com 42% das respostas. Em segundo lugar, veio a associação com termos como saudáveis e naturais, mencionados por 25% dos participantes. Em terceiro lugar, foi citada a relação com a saúde, com 22% das respostas.
Já entre os não consumidores de produtos orgânicos, a primeira coisa que veio à mente foi a associação com termos como saudáveis e naturais, mencionada por 31% dos participantes. Em segundo lugar, veio a associação com frutas, legumes e verduras, com 29% das respostas. A saúde foi mencionada em terceiro lugar, com um feedback de 15%.
A não utilização de agrotóxicos foi mencionada por 11% dos participantes em ambos os grupos, tanto consumidores como não consumidores de alimentos orgânicos. Já a qualidade de vida teve um índice de 14% entre os não consumidores de orgânicos e 3% entre os consumidores.
Quando questionados sobre a comparação de preços entre produtos orgânicos e não orgânicos, a percepção foi significativa em ambos os grupos. Entre os consumidores de alimentos orgânicos, 83% afirmaram que esses produtos são mais caros. Já entre os não consumidores, essa estatística alcançou 87%. Esses resultados destacam a percepção comum de que os alimentos orgânicos tendem a ter um preço mais elevado em relação aos convencionais.
É interessante notar que, mesmo com a percepção de preços mais altos, 61% dos consumidores de alimentos orgânicos consideram que o valor justifica a escolha. Eles apontam diversos argumentos para respaldar essa percepção, como a produção livre de agrotóxicos, a qualidade do produto, o cuidado no cultivo, o custo envolvido na produção e o processo mais lento de cultivo. Esses fatores são fundamentais para esses consumidores, que valorizam os benefícios proporcionados pelos alimentos orgânicos e reconhecem o esforço e os cuidados adicionais necessários em sua produção.
Ao explorar a importância do tipo de embalagem na decisão de compra, diversos pontos foram levantados pelos participantes. Entre os consumidores de alimentos orgânicos, 50% consideram que o tipo de embalagem é um fator decisivo, levando em conta a preocupação com a saúde e o meio ambiente. Esses consumidores valorizam embalagens que não sejam prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, buscando opções que possam ser recicladas, retornáveis ou que possuam logística reversa.
Por outro lado, entre os não consumidores de alimentos orgânicos, apenas 28% consideram esses pontos relevantes na decisão de compra. Isso indica uma menor sensibilidade em relação ao impacto do tipo de embalagem na saúde e no meio ambiente.
A conscientização em relação aos alimentos saudáveis não é algo recente, conforme revelado pelos dados da pesquisa. Um expressivo grupo de participantes, correspondendo a 43%, afirma consumir alimentos orgânicos há mais de cinco anos. Outros 38% aderiram ao consumo de orgânicos nos últimos um a cinco anos, indicando uma tendência crescente nesse período. Além disso, 19% dos participantes relatam consumir alimentos orgânicos há menos de um ano, demonstrando um aumento no interesse recente por essa categoria de produtos. Esses números evidenciam a consolidação e a ampliação do hábito de consumo de alimentos saudáveis ao longo do tempo.
Os resultados obtidos na pesquisa são um convite para que consumidores, produtores, varejistas e governantes se engajem ainda mais nesse setor em constante crescimento. Aprofundar o envolvimento nessa área é essencial para impulsionar a oferta e a demanda de alimentos orgânicos, atendendo às necessidades de um público cada vez mais consciente e preocupado com uma alimentação saudável e sustentável.